sábado, 19 de dezembro de 2015

Uni verso para lelo


Pela manhã, Alma sempre saía antes das seis, e voltava pouco depois de uma hora. Trazia pães, fazia café, e depois do banho, acordava Iris. Elas viviam assim. Amando-se.
A solidez de uma direção que tem suas bases fundadas no antagonismos dos movimentos sociais é uma bandeira puramente fascista e de fachada, e agora não sabemos se é uma diretoria de poucos ou uma ditadura binária.


Mudando de pau para porrada, outro dia um colega do curso de História da UFPI, entendido dos debates sobre política nacional, declarou-se contra a implementação da “kit gay” no ensino básico das escolas públicas, por que esse mesmo “kit”, impunha aspectos que estariam afetando a masculinidade dos meninos desde a escolarização (HOMOFÒBICO RACISTA, cit. in.: INDÍGENA, 2015). O kit ao qual o colega se refere, é o PLC 122/2006, que tinha por objetivo, criminalizar a homofobia no Brasil, e enfrentar práticas e discursos heteronormativos nos ambientes públicos e escolares, além de conscientizar sobre as práticas de homofobia e crimes contra grupos LGBTS através de métodos educativos, é ainda hoje desaprovado por maioria no senado. Mas como há um forte censo conservador nas religiões, em especial nas que incitam o ódio e pregam uma suposta cura para a homoafetividade, e as instituições religiosas influem na criação de leis no Brasil, estamos aí, nessa disputa de forças, seja para a descriminalização do aborto e a construção de um projeto de lei que inclua as mulheres, seja na luta pela descriminalização dos usuários de drogas e a regulamentação da produção e distribuição, e ainda, a favor de uma discussão honesta e sem fundamentos religiosos para a construção de um projeto social que criminalize de vez a homofobia e conscientize as próximas gerações desse ranço da ignorância humana.

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