É
simples. Ignore. Funciona como uma receita para suportar uma aula de
cem minutos. Primeiro ignore as ideias de que cem minutos
ininterruptos de monólogo, com uma ou outra intervenção, não
ajudam na absorvição de experiencias confortáveis para o
aprendizado laboratorial. Para a construção de um laço de
confiança na sala, entre em um grupo, de preferencia o que tenha
mais suas características, e se não tiver grupo para identificar,
perambule, embriague-se de estudar enquanto tem sorte, e arranje um
namoro [segunda fase]. Mantenha a descrição, saia em momentos
oportunos, chegue sempre vinte ou trinta minutos após o início da
aula. Tome ao menos três xícaras de café. Participe
esporadicamente das aulas. Leia esporadicamente o que mais lhe
interesse entre os textos apresentados. Estude em grupos antes e depois de ler os textos. Avalie
suas experiencias. Faça diários, nem que sejam semanais. Leia seus
diários antigos. Exercite o diálogo. Pense em sexo. Fala sexo. Durma. Não necessariamente na mesma ordem. Assista mais
aula, e amanheça estudando. Leia enquanto pode, revistas no
banheiro, tirinhas são as melhores. Woody que o diga. Ouça músicas.
Assista filmes, dos documentários aos de ficção científica,
talvez eles lhe diga muito sobre o passado, presente e futuro,
inclusive que essas sensações são defesas dos nossos sentidos para
nos manter conscientes. A inconsciência existe, em seu estado mais
sólido, e a consciência a domina como pode, nem sempre é possível,
mas nos controlamos através das sensações que os sentidos nos
proporciona, como um brilho aos olhos do gato, a inconsciência nos
leva as sensações mais instintiva e desvairada possíveis, como
quando as crianças nos defendemos do despertar, como quem quisesse voltar ao sono, e
isso varia desde experiencias sonambulas, até mesmo falas
involuntárias e desconexas. Nada pior do que ser obrigado a estar
onde não escolhemos. Não precisamos de aulas obrigatórias, pelo
contrário, precisamos de liberdade para escolher, minimamente, mesmo
enquanto há quem defenda o governo eterno do estado moderno. Pinte. Veja. Compare. Compareça. Esqueça. Solte pássaros, se acha que não os tem presos, solte-os ainda assim, e eles voarão.
ps: mareareai