quarta-feira, 23 de julho de 2014

A marimecânica da sala de aula


É simples. Ignore. Funciona como uma receita para suportar uma aula de cem minutos. Primeiro ignore as ideias de que cem minutos ininterruptos de monólogo, com uma ou outra intervenção, não ajudam na absorvição de experiencias confortáveis para o aprendizado laboratorial. Para a construção de um laço de confiança na sala, entre em um grupo, de preferencia o que tenha mais suas características, e se não tiver grupo para identificar, perambule, embriague-se de estudar enquanto tem sorte, e arranje um namoro [segunda fase]. Mantenha a descrição, saia em momentos oportunos, chegue sempre vinte ou trinta minutos após o início da aula. Tome ao menos três xícaras de café. Participe esporadicamente das aulas. Leia esporadicamente o que mais lhe interesse entre os textos apresentados. Estude em grupos antes e depois de ler os textos. Avalie suas experiencias. Faça diários, nem que sejam semanais. Leia seus diários antigos. Exercite o diálogo. Pense em sexo. Fala sexo. Durma. Não necessariamente na mesma ordem. Assista mais aula, e amanheça estudando. Leia enquanto pode, revistas no banheiro, tirinhas são as melhores. Woody que o diga. Ouça músicas. Assista filmes, dos documentários aos de ficção científica, talvez eles lhe diga muito sobre o passado, presente e futuro, inclusive que essas sensações são defesas dos nossos sentidos para nos manter conscientes. A inconsciência existe, em seu estado mais sólido, e a consciência a domina como pode, nem sempre é possível, mas nos controlamos através das sensações que os sentidos nos proporciona, como um brilho aos olhos do gato, a inconsciência nos leva as sensações mais instintiva e desvairada possíveis, como quando as crianças nos defendemos do despertar, como quem quisesse voltar ao sono, e isso varia desde experiencias sonambulas, até mesmo falas involuntárias e desconexas. Nada pior do que ser obrigado a estar onde não escolhemos. Não precisamos de aulas obrigatórias, pelo contrário, precisamos de liberdade para escolher, minimamente, mesmo enquanto há quem defenda o governo eterno do estado moderno. Pinte. Veja. Compare. Compareça. Esqueça. Solte pássaros, se acha que não os tem presos, solte-os ainda assim, e eles voarão.

ps: mareareai


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