sexta-feira, 4 de julho de 2014

# As Fia

Sem nome
Sem lar, solitário
São os otários
Que vejo por aí
Sem sapatos
Sem cheques
Sem relógio
Meio amargo,
Ou por completo.
Ricas são As Fia!
Viados e transviados,
Importados dos anarquistas mais internos do sertão,
E das doçuras com gosto de fel.
Sinto e descrevo um amor dado.
Sem acaso,
Indispensável,
Sorridente.
Sensível.
Rude.
Sem problemas com dores ou com partos,
E sem remédios sintéticos.
Exceto o ópio em flor,
Negada cheira, lambe, se lambuza e quer mais.
Doce é meu cú... (creia?!)
Com o perdão da licença,
Sem dor nem parto,
Seios loucos por toques circulares
Coxas e nádegas massageadas
A toques duros e intensos
São nossas modalidades
Amar é outra delas...
As Fia desce as ladeiras
Enfileiram-se nas ruas do mundo
E vão pro mundo
E voltam
E dizem só ouvir samba (ou reggae,
Músicas próprias e alternativas,
Na verdade são muito ecléticos
E fazem o maior barulho
Com um pandeiro,
Um violão,
Um berimbau, ou duas tampinhas)
Sementes alucinógenas são nossos rituais (mais equilibrados)
No mais,
Doces e cogumelos para acompanhar o chá,
Ou duas nozes noscada...
Sinto desapontá-los,
Amamos-nos.
Somos família
Fias, As Fia
Sontos quentes e sorridentes (não se engane)
Não disputamos pagode nem rock, e
Caminhando juntos ou não
Estamos sempre juntos
Temos cachorro de BR
Amigos de BR
Somos de BR
Ou de lugar menos indefinido,
Um pico mais alto do mundo.
Caminhamos juntos,
[de vez em quando a luz chega]
Somos mais amar.
Quatro e vinte, acerte seu relógio
Se oriente menina,
Isso talvez não seja poesis
Mas não guardamos mágoas
De quem prega isso por ai.
Nem sol, nem chuva,
Só as Fias dispersas ou despidas,
Tudo se resolve com amor.
Pelos caminhos distintos trilhados,
Embora sempre levando as intercessões,
Continuamos partindo e inibindo
Os mitos sociais.

PS: Tudo posso naquela
Que nasce no balde
Bem adubado, orgânica
E cultivada com carinho,
E que retribuirá todo

Nosso amor com flores.