quarta-feira, 6 de outubro de 2010

MANIFESTO


Pelas condições de plena autonomia e constitucionalidade institucional da universidade, que se consideram suas ratificações com relação aos processos e metodologias de Pesquisa, Ensino e Extensão, além de concorrer aos seus membros (acadêmicos), aspectos de produção bibliográfica, pesquisa, participação cooperante nos rumos da sociedade e comunidade acadêmica pelos seus planejamentos e colaboração efetiva nas atividades práticas da mesma.
Contudo, as possibilidades que seus membros têm de tomar decisões importantes e de trabalharem para a construção de um campus acadêmico, de fato, democrático, produtivo e consequentemente influente no processo de desenvolvimento social, é podado, quando essa estrutura fragmentada não supre as necessidades de sobrevivência e vitalidade dos ritmos de estudo e produção de seus acadêmicos.
A superação de um ensino precário e de uma infraestrutura recalcada e falecida, parte de investimentos rápidos em melhores condições para ensino e pesquisa, logo, com esses dois pilares importantíssimos para as relações construídas na universidade, poderão sim, pensar nas relações com a comunidade externa, e suprir simultaneamente suas necessidades por projetos que incitem a educação, cultura, ciência e lazer. Os projetos de extensão são reflexos de um bom ensino, confiabilidade e resultados das pesquisas internas, ora, pois devem ser incitados e articulados pelos gestores e colaboradores da instituição, e se não são como deveria, os seus membros acadêmicos e seus representantes, ora, farão esse papel. No entanto, a relação entre instituição e seus mediadores, a cada dia é mais corrompida. Observa-se uma relevante participação dos docentes na construção, planejamento e orientação no desenvolvimento de projetos extensivos e de pesquisas, ainda que se comprometam, suas participações nas atividades práticas são medíocres e insuficientes muitas vezes. Ora, essa inatividade é amplamente entendida, pois, quando se sobrecarrega os docentes, mesmo quando esses se incluem na construção prática de alguma atividade, de fato, desrespeita-se a comunidade acadêmica e suas atividades, implicando na fragmentação de seu poder de desenvolvimento comunitário e social, quando priva o docente a uma sala de aula fechada e seus livros convidativos em suas escrivaninhas, mais não criam possibilidades de simples redução de carga horária dos docentes que colaborem em atividades práticas extensivas para a comunidade externa.
As produções bibliográficas, pesquisas, projetos extensivos e qual quer outra atividade que incitem o desenvolvimento teórico e prático científico dos membros de uma comunidade acadêmica, são as contrapartidas da instituição, que se faz e é de fato autônomo, para a sociedade que por indutiva confiabilidade, lhe obteve o papel de trabalhar para determinado fim: a transformação por meio da contribuição crítico racional, fundamentada em discursões e práticas que os conduzem a possíveis soluções dos problemas e pobreza das demais instituições sociais. Logo, corromper as possibilidades da universidade de intervir na construção de uma sociedade digna e consciente de sua função na manutenção do meio e todo social, nos permite dizer que atrofiaram a circulação funcional de tal instituição e aboliram sua alma autônoma. Para se participar efetivamente de uma academia, de fato, produtiva, quantitativamente e qualitativamente, requer um grande esforço de seus membros consciente dessa amarga e real nocividade que nos medeia. Ora, se não, cairemos no sucateamento do processo de ensino superior, o que acontece aos poucos no nosso campus, com salas lotadas, altas demandas de discentes para péssimas condições de infraestruturas, que vão desde laboratório de informática abandonado, segurança precária do campus, quando esses não têm sequer rádio para comunicação interna, falta de sinalização do estacionamento e acesso ao campus, inacessibilidade para cadeirantes, discentes com capacidades educacionais especiais, pobreza no número de títulos do acervo bibliográfico e deficiência na infraestrutura da biblioteca que é insuficiente para a quantidade de discentes que a frequentam, além de uma série de outras ineficiências que se ramificaram com o passar do tempo como telhas de aranha pelo campus Senador Helvídio Nunes de Barros.
É com insatisfação, no entanto motivado de que construiremos debates para a melhoria dos problemas observados, e que serão enviadas todas as reivindicações dos membros da comunidade acadêmica aos gestores e reitoria dos campi. Logo, desde já, convoco membros dos grupos de representação estudantil, como os Centros Acadêmicos de todos os cursos, Diretório Central dos Estudantes, membros dos colegiados e representantes estudantis dos conselhos internos, afim de, convocarmos uma assembleia geral para a construção de tal documento que será enviado a reitoria da Universidade Federal do Piauí em Teresina.

Robson Ferraz
Picos
05 de novembro de 2010.