Mas o que observamos não é bem isso. Primeiro, observamos a diretora
juntamente com seus conselheiros, baixarem uma portaria, que restringe o acesso
de toda a comunidade, isto é, durante a semana após as 22:30, e nos sábados
parcialmente, e nos domingos o campus permanece fechado.
O mais interessante, é que esse mesmo conselho, na última semana, tirou
da cartola, uma nova portaria, e essa agora, restringe nosso acesso ao acervo
da Biblioteca Comunitária, isso
mesmo, como se já não fosse uma vergonha para o campus a biblioteca não abrir
aos fins de semana, agora tem uma placa na porta do acervo interno que só
permite a entrada na biblioteca de Bolsistas (sabe-se lá o que quer dizer), Funcionários e Professores com
autorização. Bem, e isso sem nenhuma discussão ou debate. Afinal, esse
campus é ou não comunitário, e se for, como poderão os membros dessa comunidade
ter acesso a qual quer documento da biblioteca, se esses membros ao menos são
reconhecidos no nosso campus, que restringe o conceito de comunidade ao de
comunidade acadêmica.
Bem, o que observamos nesse campus é o autoritarismo insurgente, que
ignora as funções político-sociais da universidade e assume uma postura que
mesmo com a democratização do país há quase trinta anos, sabemos que tais
posturas são genuinamente ditatoriais.
Para uma breve reflexão, observemos. No CSHNB há mais de três mil estudantes, isso, sem presunção a
exatidões, e digamos que 1/10 desses discentes trabalhem durante o dia e,
portanto, só tenham disponibilidade para estudar durante a noite (horário de
aulas), ou na madrugada e nos fins de semana, horário que a UFPI fecha, e isso
é local, só vale para o nosso campus. Bem, esses jovens que não tem acesso à
internet, ou a bibliotecas públicas, são diretamente excluídos do projeto de
permanência da UFPI, que prevê não só a garantia à entrada na universidade, o
que é muito fácil, mas a total permanência.
Para os que são descrentes e pensam que nada pode resolver o problema do
nosso campus, eu diria que enquanto permanecermos aceitando as decisões do
conselho sem nenhum embate ou discussão, ele permanecerá podando ainda mais os
estudantes.
E onde estão nossos representantes estudantis? Penso que para esses não
há restrições, as portão estão todas abertas, e por isso mesmo que esses mesmos
representantes estão agora calados, trancados em suas salas de CAs e DCE, sem
nenhuma restrição, afinal, para esses que nos representam, as autorizações para
entrada são menos burocráticas, faz parte do jogo do favoritismo, muito comum
no nosso campus, desde que nosso reitor e diretora foram eleitos, ou vocês
leitores podem não saber, mas os professores que mais apoiaram nossos eleitos,
ou já se mandaram para outro campus, ou estão aguardando ansiosos para partirem
assim que tiverem a primeira oportunidade.
Bem, esperamos que o campus abra, e que não seja necessária a ocupação,
afinal a universidade é pública ou privada, e o que somos afinal, cientistas ou
comerciantes, só para entendermos as restrições de horários. E sobre a
biblioteca, por que impedir o acesso ao acervo? E por que não o contrário, e
essa mesma biblioteca ser aberta nos mesmos horários que a Biblioteca Central
de Teresina. Afinal, o favoritismo também inclui a escala dos funcionários de
Picos à Teresina, ou simplesmente os que trabalham no nosso campus?
Eis as perguntas sem respostas, que permanecerão até o dia do juízo.