segunda-feira, 12 de julho de 2010

Educação, Sociedade e Cultura

(Entrada da UFPI - CSHNB, Picos, PI - Foto: R. Ferraz)

O estado do Piauí, como um dos estados brasileiros que mais sofrem pela má qualidade da educação básica, precariedade nos investimentos públicos direcionados à melhoria das condições dos discentes quando refere-se à sobrecarga de horas, disciplinas, sucateamento das unidades de ensino e principalmente ineficácia na atenção à juventude, quando essa – nossos representantes no futuro - é quem deveria ter mais atenção. Logo, é evidente que se quer pensar em melhores condições para todos num futuro – presente –, é imprescindível que se comece agir no nosso tempo, e as condições e possibilidades cada vez mais ausentes devem ser incitadas, para que nossos jovens não cresçam com o pessimismo presente nas primeiras páginas dos jornais diários, quando se fala em educação.
A Universidade Federal do Piauí, com seus cinco campi distribuídos pelas regiões do estado, seus cerca de dezesseis mil discentes, e mais de mil docentes que compõe a comunidade acadêmica, com seu papel de extrema importância para a formação de profissionais da área de educação, realizações de pesquisas e projetos, além duma esfera científica de notória credibilidade no país e no exterior. Percebem-se melhorias como um todo, com relação ao desenvolvimento de novas áreas de pesquisa, avanços nas áreas de graduação, investimentos na área de pós-graduação para a melhoria das condições de acesso e estudo de seus graduados, pela especialização, mestrado e posteriores, principalmente por engrenar esses profissionais em suas áreas de conhecimento.
Há ainda, porém, uma grande carência de projetos extensivos, melhorias das instalações dos campi sediados no interior do estado, mobilizações por parte da comunidade acadêmica como fórum participante das decisões dos conselhos, até para projetarem juntos, realizações que contemplem os campi mais carentes, além de possibilitar uma academia de fato comunitária, onde se concretize um laço que a una com a comunidade na qual está inserida. Observam-se além desses fatores, um afastamento entre discentes e conselhos, quando não se sabe quais as pautas, projetos, decisões, enfim, as ações deliberadas nesses conselhos, por serem asilados sem nenhum meio de divulgação, sendo que essas mesmas influenciam diretamente na vida acadêmica dos envolvidos (discentes e docentes), pois decidem por pesquisa, ensino e extensão da universidade.
Atentar entre muitos problemas que dificultam os processos de formação dos seus discentes, pois, quando se trata de universidade, precisa-se pensar, ora, no contato sem pudores entre indivíduos, e nessas relações gerar o que chamaríamos de solidariedade comum, onde entender as problemáticas sociais presentes nas classes populares, nas famílias, com relação à saúde, infra-estrutura básica, educação, arte, e em contrapartida, aproveitar essas observações para a criação de projetos que caracterizem as áreas de pesquisa da academia e as necessidades dessas comunidades.
Universidade, sinônimo de construção científica entre faculdades específicas, logo, conjunto de áreas específicas que se torna um todo multidisciplinar, portanto, com papel de fundamentar atividades por práxis, pois sua condição de autonomia e universalidade permite-lhe densas possibilidades de alcance as trajetórias sociais e interpessoais. E o meio que torna esse alcance eficaz, são seus membros, que devem está presentes nas contendas e decisões da unidade acadêmica. Logo, impossibilitar o acesso de seus colaboradores nos conselhos deliberativos, é ferir o ato de autonomia legal que lhes é benquisto a partir do momento em que tornam-se membros de tal universidade. Educação, sociedade e cultura, é igual café da manhã, ou tomamos diariamente com todo vigor que nos há, ou tornamo-nos fracos em nossos dias, uma fraqueza para agir e pensar.

Robson Ferraz
Picos – 2010
Inverno


(Modelo de Portico em construção na UFPI - CMPP, Teresina, PI - Versão 3D)