quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial

Thompson, nesse texto, faz uma forte crítica ao processo de desenvolvimento industrial e como esse desenvolvimento é experienciado pela sociedade contemporânea. Coloca o problema da introdução do relógio nas relações de trabalho e como os trabalhadores interagem com esse relógio de interesses, introduzidos para o controle social dos trabalhadores nos primeiros momentos da primeira Revolução Industrial.
Aos poucos, segundo Thompson, os trabalhadores que tinham uma relação temporal com seu ofício e se apropriavam do mesmo para a justificativa de seus dias e horas trabalhadas, teriam que aderir a um novo controle rígido, impulsionado pelas horas de trabalho impostas pelas necessidades gerais, não mais baseadas em seus trabalhos e necessidades individuais.
Ainda explica que essa modificação gera fortes crises e manifestações dos trabalhadores, que resistiram até o século XIX, quando a segunda fase da Revolução Industrial acontece e requer que essa disciplina exigida no trabalho se intensifique na escola, para o enraizamento desses ideais na cultura da população.
Thompson, fala ainda de como os processos de desenvolvimento industrial não se voltam simplesmente para o contexto industrial, mas se mostram na economia, política, organização social, enfim, na cultura em geral. Fala ainda de como esse processo canalizou forças e disciplinou a sociedade moderna ao trabalho fabril, já que os jovens saem prontos para as exigências do mercado de trabalho, a respeitar regras, hierarquias, horários, e se opondo, são punidos como regulamenta as leis.
Repensar o processo de industrialização iniciado ainda no século XVI e suas fases, no faz voltar a própria cultura contemporânea, e nos faz perguntar pelos horários de dormir, e de levantar, de comer e de descansar, não simplesmente para entender, mas para nesse processo de conhecimento, compreendermos e levantarmos para a criação de uma sociedade onde as necessidades comuns não se submetam as necessidades individuais.

Nenhum comentário: