Thompson, nesse
texto, faz uma forte crítica ao processo de desenvolvimento industrial e como
esse desenvolvimento é experienciado pela sociedade contemporânea. Coloca o
problema da introdução do relógio nas relações de trabalho e como os
trabalhadores interagem com esse relógio de interesses, introduzidos para o
controle social dos trabalhadores nos primeiros momentos da primeira Revolução Industrial.
Aos poucos,
segundo Thompson, os trabalhadores que tinham uma relação temporal com seu
ofício e se apropriavam do mesmo para a justificativa de seus dias e horas
trabalhadas, teriam que aderir a um novo controle rígido, impulsionado pelas
horas de trabalho impostas pelas necessidades gerais, não mais baseadas em seus
trabalhos e necessidades individuais.
Ainda explica
que essa modificação gera fortes crises e manifestações dos trabalhadores, que
resistiram até o século XIX, quando a segunda fase da Revolução Industrial acontece e requer que essa disciplina exigida
no trabalho se intensifique na escola, para o enraizamento desses ideais na
cultura da população.
Thompson, fala
ainda de como os processos de desenvolvimento industrial não se voltam
simplesmente para o contexto industrial, mas se mostram na economia, política,
organização social, enfim, na cultura em geral. Fala ainda de como esse
processo canalizou forças e disciplinou a sociedade moderna ao trabalho fabril,
já que os jovens saem prontos para as exigências do mercado de trabalho, a
respeitar regras, hierarquias, horários, e se opondo, são punidos como
regulamenta as leis.
Repensar o
processo de industrialização iniciado ainda no século XVI e suas fases, no faz
voltar a própria cultura contemporânea, e nos faz perguntar pelos horários de
dormir, e de levantar, de comer e de descansar, não simplesmente para entender,
mas para nesse processo de conhecimento, compreendermos e levantarmos para a
criação de uma sociedade onde as necessidades comuns não se submetam as
necessidades individuais.
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